Era um salão cheio de portas e cada uma delas dava em um lugar diferente. Tinha uma que dava numa piscina, outra que quando você abria um grupo de pagode começava a tocar, uma delas era um cinema que também servia como UTI.
Mas tinha uma porta que dava num salão vazio com uma janelona de vidro que dava pra ver a rua. As vezes quando tu abria não tinha ninguém no salão, mas tinha hora que tu podia ver três Power Rangers pretos caminhando.
O churrasco começava a rolar, e de vez em quando eu ia lá e abria a tal porta. Os Power Rangers nunca me viam e eu achava isso muito estranho. Foi aí que eu tive a ideia de fazer movimentos bruscos pra ver se eles me notavam.
Deu certo. Eles me notaram, só que atiraram em mim, sorte que eu me abaixava e o tiro nao pegava. Daí eu percebí que quando eu abaixava eles nao me viam (eles deviam ter algum problema no capacete, né? sei lá)
Só sei que eles sairam do salão e começaram a atirar nas pessoas e eu ficava gritando pra todo mundo abaixar, mas nem todos me ouviam. Resumindo, eles mataram os pagodeiros e mais um monte de gente. Daí eu corria pro cinema/UTI pra me esconder porque lá era escurinho e Angela Vieira (é, a atriz mesmo) tava na porta de guarda. Daí quando eu ia entrar ela dizia que o filho dela tava na UTI vendo filme e que se eu entrasse podia infectar tudo.
Acordei cansadona de tanto correr abaixada pra nao morrer de tiro.
